quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Exercício físico no controle do estresse

O estresse, de elevada incidência no mundo, é apontado como a doença do século pela Organização das Nações Unidas (ONU) e como a maior epidemia dos últimos cem anos (Masci, 2001). De certa forma, um pouco de estresse parece ter importância na proteção do organismo. Mas o estresse excessivo tem sido considerado um dos principais problemas do mundo moderno. Sendo tema de interesse da Organização Mundial da Saúde (OMS), pode interferir na qualidade de vida e causar significantes prejuízos à saúde (Lipp, Malagris, 2004). Daí, a importância do controle do estresse.
A sensibilidade apropriada ao estresse é requisito crucial para o bem-estar, para o adequado desempenho das tarefas e a positiva interação social. Por outro lado, a sensibilidade inapropriada pode interferir no crescimento e no desenvolvimento do indivíduo, bem como conduzir a transtornos endócrinos, psiquiátricos, metabólicos e autoimunes (Chrousos, 2009).
Cientificamente discutido e inquestionável, o exercício físico tem se tornado aliado à saúde de iniciantes no esporte, de praticantes e de atletas de alto rendimento no mundo inteiro. Tem também importante papel no aumento da longevidade e de forte proteção contra o estresse e o sedentarismo (Haskell et al., 2007). Pesquisas científicas têm demonstrado o efeito positivo do exercício físico sobre variáveis fisiológicas, tais como a freqüência cardíaca e a pressão arterial (Brandão 1999). Promove, também, efeitos benéficos sobre os estados de humor negativos, gerando um bem-estar psicológico.
Os exercícios físicos, predominantemente aeróbios, exercem influências positivas nos níveis de estresse, havendo a diminuição dos sentimentos de depressão, raiva, confusão, fadiga e tensão com conseqüente aumento nos níveis de vigor (Bartholomew et al., 2005). Essas influências são significativamente maiores nos indivíduos que reportam estado de humor deprimido momentos antes dos exercícios físicos (Lane, Lovejoy, 2001) e os efeitos independem do indivíduo ter sido fisicamente ativo (Brown et al., 2005). Muito embora seja necessário um nível mínimo de carga de trabalho para que essas intervenções sejam efetivas (Dunn et al., 2001). Sendo assim, vamos ao treinamento. Não seja sedentário. Comece já os exercícios físicos e uma alimentação equilibrada e saudável. Siga as recomendações do Colégio Americano de Medicina do Esporte: realize 30 minutos de exercícios físicos aeróbios com intensidade moderada, em uma freqüência de cinco dias da semana ou mesmo com um tempo de 20 minutos em intensidades mais vigorosas, em três dias da semana (Haskell et al., 2007).
• Bartholomew JB, Morrison D, Ciccolo JT. Effects of acute exercise on mood and well-being in patients with major depressive disorder. Med Sci Sports Exerc. v.37(12):p.2032-7,2005.
• Brandão MR. Psicologia do esporte. In: Ghorayeb N, Barros Neto TL, editores. O exercício: preparação fisiológica, avaliação médica, aspectos especiais e preventivos. São Paulo: Atheneu; p.239-45,1999.
• Brown WJ, Ford JH, Burton NW, Marshall AL, Dobson AJ. Prospective study of physical activity and depressive symptoms in middle-aged women. Am J Prev Med. v.29(4):p.265-72,2005.
• Chrousos GP. Stress and disorders of the stress system. Nat Rev Endocrinol. v.5(7):p.374-81,2009.
• Dunn AL, Trivedi MH, O’Neal HA. Physical activity dose-response effects on outcomes of depression and anxiety. Med Sci Sports Exerc. v.33(6 Suppl):p.S587-97,2001.
• Haskell WL, Lee IM, Pate RR, Powell KE, Blair SN, Franklin BA, Macera CA, Heath GW, Thompson PD, Bauman A. Physical activity and public health: updated recommendation for adults from the American College of Sports Medicine and the American Heart Association. Med Sci Sports Exerc. v.39(8):p.1423-34, 2007.
• Lane AM, Lovejoy DJ. The effects of exercise on mood changes: the moderating effect of depressed mood. J Sports Med Phys Fitness. v.41(4):p.539-45, 2001.
Fonte: http://o2porminuto.ativo.com/corrida-de-rua/blogs/exercicio-fisico-no-controle-do-estresse/

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